Você já imaginou o seu mundo interno como uma casa?

Algumas são mais vazias, outras ficam tão lotadas de coisas que, só de pensar em arrumar, assusta. Não sabemos nem por onde começar. Às vezes, em uma mesma casa, tem cômodos muito distintos. Um mais colorido, outro mais organizado, outro chaveado. Outras vezes, tem o “quartinho da bagunça”. Nele, colocamos tudo aquilo que não precisamos, mas não queremos abrir mão – ou não sabemos como fazer.

Assim como nessas casas, o nosso mundo interno contém muitas histórias e, junto com elas, como vivenciamos e como nos sentimos com cada uma delas. Algumas mais difíceis e doloridas. Outras mais alegres, desafiadoras ou apaixonantes. Talvez tudo isso junto. Talvez, muito mais do que tudo isso. E que “tudo” é esse, afinal?

Pode parecer fácil responder a essa pergunta. Mas você sabe tudo que tem na sua casa e como todas aquelas coisas apareceram ali? Às vezes, podemos até saber como, mas não sabemos o porquê. Ou, quem sabe, sabemos o porquê. Mas será que é só esse o porquê?

São tantas coisas que desconhecemos a nosso respeito. Comumente, achamos que nos conhecemos por completo, mas, na verdade, olhamos somente para as partes que queremos – ou conseguimos. Até porque, é difícil mesmo dar relevância para aquilo que tentamos tanto fugir ou esconder. Parece que, quando olhamos,  damos nome para aquela parte nossa e aquela “coisa” ganha vida.

No entanto, se olharmos  atentamente para essa e para todas as outras “coisas”, podemos, aos poucos, ir identificando tudo que temos e arrumando elas do nosso jeito. É a famosa bagunça organizada. Afinal, qual casa está sempre arrumada, não é mesmo? A questão é que, por mais que tenha uma baguncinha, vamos saber o que tem dentro e vamos pensar o que fazer com ela.

Em psicoterapia, vamos olhar para tudo isso. Conforme vamos organizando, vamos descobrindo inúmeras alternativas de como remanejar e a possibilidade de escolher o que queremos dentro da nossa casa, de criar novos cenários, novas histórias. Afinal, cada cantinho diz de algo que é nosso. E isso precisa ser visto e considerado com tal importância.